Curitiba



Sempre silenciosa em viagens, guardei minhas primeiras palavras para quando chegasse em Curitiba. E foi falando com o secador de cabelos que estreei no Paraná: Amigo, você está pendurado na parede. Incrível!

O hotel tinha muitos andares. Joguei as malas na cama e, após a breve troca de idéias com o aparelho no banheiro, desci de elevador até o hall. O ambiente dividido em algumas salas era elegante e meio vazio. Olhei em volta e vi alguns homens de negócios entediados lendo jornal. Sentei no primeiro sofá e abri o Valor Econômico. Se estivesse de óculos, poderia ter passado por um deles.

Não demorei muito na minha pose de pessoa importante, logo a amiga apareceu na porta do hotel. Vamos? Consegui o carro do meu pai. O carro em questão era um bem esportivo, cuja marca obviamente não me lembro.

Cruzamos a cidade retinha rapidamente, sem saber para onde ir. Passamos no centro. Nos bares. Tá com fome? Não. Paramos. O lugar era pequeno e fazia uns sanduíches sem muito gosto. De nossa mesa, vimos algumas pessoas interessantes descendo rumo a uma porta nos fundos. Será que lá embaixo é melhor? O garçom filósofo respondeu que sim. Certamente, a banda era boa e ficaria melhor se descêssemos. E ele acabava o serviço às oito horas.

Som bem alto, bateria certeira, guitarra honesta, e Chico Buarque tocando rock´n´roll? Estranhamente dançamos ciranda roqueira ao som dos Saltimbancos, enquanto o garçom trazia alguns copos, e não usava mais avental.

1 comentários:

Identidades Fragmentadas disse...

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