Pé no freio

Sempre odiei ir ao médico. Acho estranhíssimo jogar substâncias que minha avó não sabe dizer o nome para dentro de mim. Antes de morrer, meu avô assustado de estar em um hospital pela primeira vez em 82 anos, ainda perguntava: mas este comprimidinho aqui vai fazer o que dentro de mim? E este raio-x, estes raios vão entrar em mim?

Eu também tenho minhas dúvidas quanto a medicina. Sempre achei que, se de fato respeitasse meu corpo, fosse ativa, tomasse este sol gostoso lá fora e comesse menos, com certeza seria muito mais saudável e nunca ficaria doente.

Porém, nós testamos o limite do corpo. Somos jovens, e achamos que a juventude é eterna. Bebemos até destruir o fígado, comemos todas as carnes mais deliciosas, todos os doces mais fortes, cafés, cigarros... e queremos que tudo funcione normalmente.

Faz um mês que estou me sentindo mal. Cada hora é uma coisa. Estômago, cabeça, garganta, tosse, pulmão, dor no corpo. Eu nunca digo que estou doente, eu prefiro dizer que não estou me respeitando. Temos nosso tempo de recuperação. Temos que dormir, comer direito, fazer coisas bobas como ir ao parque e deitar no chão olhando as águas se mexerem com o vento.

Que sensação maravilhosa tive ontem ao ir embora do bar sem beber ou fumar nada, deitar na cama e dormir por 12 horas seguidas. Meu corpo agradeceu feliz.

1 comentários:

migrañaloco disse...

que tal blue ?

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