Unhas roídas



Os melhores escritores que conheço eram pessoas angustiadas. O medo, a aflição geram muitos e belos poemas. Não sou poeta, não sei fazer canções. E a aflição não me guia nesta vida.

O medo, sim. Medo de ser feliz, especialmente. Medo de me olharem doído. Medo de fazer mal.

Criada com as freiras... eis no que deu. Uma imensa culpa católica dolorida, fazedora de textos. Fazedora de unhas roídas. De dentes roídos e camas amassadas. De textos censurados, apagados.

Pra se libertar eis a receita: sobre no morro mais alto, da cidade mais limpa e gelada. Respira tão fundo que se possa ouvir de longe. Quando o ar gelado se tornar insuportável dentro de você, GRITA.

O medo passa. Viu?

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