la vie en rose

A vida não é rosa, mas de vez em quando tem tanta beleza no ar que nos expulsa pra fora da casca, e sentimos como se vivêssemos muito, do alto de nossos vinte e poucos. Uma só vida não basta pra contar tanta história.

Hoje choveu fraco e o calor forte fez a chuva parecer ainda mais bonita, e o cheiro do chão ainda melhor, desprendendo cada grão de memória dentro de nós.

Eu estou toda memória, porque não ando vivendo nada importante. Uns amores bobos aqui e acolá, velhos amores cheios de verdade se indo, levando a vida burguesa de sempre, asseada, limpa, tentando não cair em meio às montanhas de roupas amassadas no meio da casa, acordando cedo todo dia, religiosamente ao despertar do relógio. Tomando meu café depois do almoço sempre de pé, a mesma miopia me incomodando todos os dias, preguiça de ouvir novas músicas.

Vontade ser toda silêncio, e ir para um lugar onde não possa machucar a mim mesma, nem a ninguém.

1 comentários:

Identidades Fragmentadas disse...

Sempre delicada ao escrever sobre assuntos que simplistas, mas que nos fazem expulsar o que pensamos

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