E realmente importa?



Hoje tive notícia que posso ir trabalhar em diversas cidades da região onde escolhi. Enquanto alguns se assustaram com os nomes estranhos que apareceram - Caiuá, Piquerobi - eu sorri. É que para mim, realmente, não importa. Eu não ligo de ir embora, eu ligo é de ficar parada. Achei os nomes poéticos, as cidades minúsculas e bonitas como tantas outras, e fiquei feliz que ficam perto de rios limpos.

Eu já morei em muitos lugares, e tenho certeza que morarei em muitos outros. Isso acaba criando alguns mitos bobos.

- Quem muda demais é instável.

Eu não sou instável: talvez só não tenha tantas idéias pré-concebidas que preciso obedecer, se não, morreria! Meus gostos e opiniões não são eternos, nem tão consolidados assim. Eu encaro isso como uma vantagem. Não sou instável, sou flexível. E curiosa. Gosto de gente, já disse. Em novos lugares, conhecerei novas gentes e, principalmente, novas formas de viver. Serei mais aberta e menos preconceituosa.

- Ela não se adapta a lugar algum.

Pelo contrário, eu me adapto a todo lugar. Eu adoro conhecer a cidade, os arredores, as pessoas. Suas coisas, o que fazem, suas casas, como compram, plantam ou contam sua história. As pessoas e o lugar: sem julgamentos, a gente se diverte com antropólogos em festas bicho-grilo, comendo com as mãos num templo indiano, ou jogando sinuca com engenheiros.

- Você não cria raízes.

Falo quase todos os dias com o indiano meu amigo de Montreal, bem como os dois quebecóises lindos que tornaram a minha vida mais fácil lá. Sei exatamente onde estão meus amigos de Sorocaba, que deixei há 10 anos. Também sei dos recentes amigos. Os queridíssimos de SP, sei de todos os verdadeiros amigos. Em Campinas, fiz irmãos. De São José, ainda estou chateada de saudades de todos. É, realmente...não crio raízes: crio histórias que levo comigo pra onde vou.

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Uma coisa é completamente verdade: quanto mais diferente de nós mesmos, mais somos forçamos a pensar a questionar as verdades que criamos para viver. Sim, dá pra viver com -30 graus. Sim, consigo ficar bem com 35ºC.

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PS: Na foto, um lugar que morei.

1 comentários:

Identidades Fragmentadas disse...

Heya, que nostálgico, talvez para mim pareceu!
Adoro sua forma de escrever e postar sobre assuntos irrelevantes para alguns, mas interessantes a outros.

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