Novelesca


Tenho tantos clichês em minha mente que o texto não sai hoje. Engoli as palavras melhores porque estava ali na esquina, vivendo algumas delas. E olha, era vida real.

Era eu de pijamas e unhas roídas, era eu descabelada e de rosto limpo. Eram ruas novas e velhas, e o mesmo rosto da minha infância que eu sempre vi. Era o meu rosto refletido num rosto que não era eu. Mas, mais que tudo, era eu na carne, sem cortes.

Acho que passamos tempo demais representando tanto, maquiando tudo para pedir a aceitação de todos, que quando chega um momento onde nada é preciso ser dito, sobra uma menina de 15 anos, morrendo de vergonha e cheia de caipirices. Linda e real. Sobra um cara à moda antiga, feliz da vida. Um tanto de beijos de criança roubados numa varanda de vó.

No fim da tarde, era eu indo embora com vontade olhar pra trás, rindo sozinha no velho caminho transformado.

1 comentários:

migrañaloco disse...

Querida, seus textos são lindos. Quisera eu ter esse dom... Beijo enorme! Tudo de bom...

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